Estudo revela que 90% das áreas designadas como alta prioridade no bioma para restauração têm donos

Quase toda área da Caatinga com alta prioridade para a restauração está na mão de particulares, mostra reportagem feita pelo site De Olho nos Ruralistas. O cálculo foi feito com a ajuda de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e das universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e do ABC (UFABC), que recentemente publicaram um estudo mostrando que o bioma, exclusivamente brasileiro, já perdeu metade da sua área original. 

“Nossos resultados apontam que 90% da área designada como alta prioridade para restauração está hoje em terras privadas”, afirmam os autores. De acordo com Carlos Roberto Fonseca, professor do Departamento de Ecologia da UFRN, as pessoas entram, caçam, retiram madeira, colocam gado e essas ações acabam perturbando o ecossistema natural. “Tem áreas que a gente precisa conservar e outras que a gente precisa restaurar”, explica o cientista.

Os dados do trabalho refletem também como a distribuição de terra na Caatinga é heterogênea. “Alguns donos [das áreas] são de famílias tradicionais, que têm mais terras e mais poder dentro dos estados, e outros são microproprietários, que produzem lá.” Ele também alerta sobre a necessidade de se aumentar a área protegida no bioma, que hoje está em torno de 8%.


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