Para continuar seu greenwash em Glasgow, governo brasileiro deve defender limite de 1,5oC para este século

O aumento médio máximo da temperatura do planeta de 1,5oC até 2100 é considerado uma marca segura pelos cientistas para que os efeitos do aquecimento global não se tornem catastróficos. O problema é que se os países não cortarem as emissões de forma expressiva na atual década, dificilmente será possível não estourar este teto climático. Manter o mundo dentro da meta, portanto, é um esforço que os países podem e precisam decidir fazer esta semana em Glasgow, na COP26.

Na rodada ministerial que começa nesta semana, o Brasil deve declarar apoio à decisão de que todos devem continuar perseguindo um aumento máximo de 1,5oC, segundo o Valor. O fato do governo Bolsonaro anunciar, mesmo que da boca para fora, que ainda não é hora de jogar a toalha – alguns estudos já estimam que é praticamente impossível se ficar abaixo do teto de aumento médio de 2oC – é mais uma tentativa de melhorar a imagem do Brasil no exterior, quando o tema é clima e meio ambiente.

O raciocínio não é apenas retórico. Ao resgatar um pouco da credibilidade nas rodadas de negociações internacionais, o Brasil espera também ser o destino de recursos financeiros, inclusive os anunciados na semana passada durante os primeiros dias da COP, tanto de fontes privadas quanto públicas.


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