Imazon constata que desmatamento em Unidades de Conservação e Terras Indígenas na Amazônia caiu 73% no ano passado em comparação a 2022

A devastação da Floresta Amazônica em Áreas Protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) foi quatro vezes menor no ano passado do que em 2022. É o que mostra o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Com a redução, o desmate em UCs e TIs foi o menor registrado pelo monitoramento do instituto em nove anos.

O desmatamento em Áreas Protegidas caiu de 1.431 km² em 2022 para 386 km² no ano passado – uma diminuição de 73%. Em termos percentuais, a queda superou a redução de 62% no desmate geral do bioma constatado no mesmo período temporal pelo SAD, de 10.573 km² para 4.030 km², informa o Um só planeta.

“Essa redução expressiva do desmatamento em áreas protegidas é muito positiva, pois são territórios que precisam ter prioridade nas ações de combate à derrubada. Isso porque, na maioria das vezes, a devastação dentro de Terras Indígenas e Unidades de Conservação significa invasões ilegais que levam a conflitos com os povos e comunidades tradicionais que residem nesses territórios”, detalhou o pesquisador Carlos Souza Jr., coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon.

Apesar da queda geral, algumas Áreas Protegidas tiveram aumento na destruição, destaca o Poder 360. A situação mais grave constatada pelo SAD é de Igarapé Lage, em Rondônia, onde o desmatamento cresceu 300%, passando de 2 km² em 2022 para 8 km² em 2023, uma área equivalente a 800 campos de futebol. Isso fez com que o território fosse o 3º mais devastado da Amazônia em 2023.

Outras duas Terras Indígenas, entre Amazonas e Roraima, também apresentaram aumentos expressivos na derrubada. São os territórios Waimiri Atroari, cuja perda florestal passou de 1 km² em 2022 para 4 km², e Yanomami, onde a devastação passou de 2 km² em 2022 para 5 km² em 2023, alta de 150%.

A maior área destruída em uma TI no ano passado foi registrada no território Apyterewa, no Pará, onde foram desmatados 13 km². Apesar de ocupar o topo do ranking, o local teve uma redução de 85% na devastação ante 2022, quando perdeu 88 km² de floresta.

Há diferenças de valores e percentuais entre o SAD, do Imazon, e o sistema DETER, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que recentemente indicou queda de 50% no desmate na Amazônia em 2023 – percentual menor que o do SAD. De acordo com o Imazon, os satélites que usa são mais refinados e capazes de detectar áreas devastadas a partir de 1 hectare. Já os alertas do INPE levam em conta áreas maiores que 3 hectares.


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