Governo monitora avanço de facções do crime organizado e avalia aumentar presença militar na fronteira da Amazônia brasileira com outros países

O narcotráfico avança na Amazônia e estende suas atividades para além das drogas. Num fenômeno que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) chama de neo-pistolagem, facções criminosas financiam o desmatamento, garimpo ilegal, grilagem, invasão de territórios indígenas e comunidades amazônidas, explorando o trabalho dessas populações, coagidas pela violência e pela falta de segurança.

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A ABIN vem monitorando o avanço da “neo-pistolagem” sobre a Floresta Amazônica e em Comunidades Tradicionais. Com as informações obtidas, a agência assessora autoridades federais e forças de segurança no enfrentamento a essas novas formas de ação do crime organizado na região, explica a Veja.

Investigações mostram que a “neo-pistolagem” é liderada pelo Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, e pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. Mas conta com grupos criminosos locais, associados às grandes facções do país.

A precariedade das estruturas de segurança e de fiscalização na Amazônia facilitam a expansão do crime organizado. Mas outro ponto crucial para esse crescimento diz respeito à dificuldade de monitorar as fronteiras. A Cúpula da Amazônia, que reuniu líderes dos países da região em agosto, propôs em seu documento final – a Declaração de Belém – o aumento da cooperação entre as nações pan-amazônicas para combater o crime organizado. Entretanto, apesar da urgência do tema, nenhuma ação efetiva comum foi anunciada.No fim de julho, o governo federal lançou o Plano Amazônia: Segurança e Soberania (Amas), que, entre outras medidas, inclui a implantação de um centro de cooperação internacional para troca de informações e ações com os países vizinhos. E para avaliar outra possível ação do Amas – ampliar a atuação das Forças Armadas na fronteira terrestre da Amazônia Legal –, no fim de setembro o Ministério da Defesa criou um grupo de trabalho.

A Constituição prevê a atuação militar em uma faixa de 150 km dos limites territoriais para dentro do país, explica a Agência Brasil. O que o GT vai avaliar é o aumento das ações de defesa em mais 100 km (passando, portanto, a 250 km) nas fronteiras de estados amazônicos com outros países.O grupo será coordenado pela subchefia de operações da Chefia de Operações Conjuntas (Choc), do Ministério da Defesa. Contará também com mais 4 representantes da pasta, além de 2 integrantes dos comandos da Aeronáutica, Exército e Marinha. E a coordenação poderá convidar especialistas militares ou civis de outros ministérios, instituições ou órgãos para contribuir com as atividades.O GT deverá apresentar conclusões em até 30 dias, informa o Poder 360.


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