BB e BID firmam carta de intenções para uma parceria para financiar projetos de desenvolvimento inclusivo e sustentável na região amazônica

A bioeconomia é apontada como uma das chaves não apenas para deter a devastação da Floresta Amazônica, que é alimentada por um modelo econômico predatório, mas também para gerar um desenvolvimento socioeconômico justo e inclusivo à região. Para isso, porém, é preciso, além de mapear as possibilidades bioeconômicas, garantir recursos financeiros para tirar projetos do papel.

Uma iniciativa nesse sentido veio do Banco do Brasil e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). As duas instituições assinaram uma carta de intenções para criar uma parceria que prevê US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,250 bilhão) em financiamento para impulsionar a bioeconomia da Amazônia brasileira. Porém, a linha de crédito pode alcançar US$ 1 bilhão – cerca de R$ 5 bilhões.

A parceria pretende financiar projetos de desenvolvimento inclusivo e sustentável na Amazônia por duas frentes, explica o Estadão. Primeiro, BB e BID querem apoiar empresas e produtores rurais das cadeias de valor da bioeconomia amazônica. Já a segunda frente visa canalizar financiamentos de projetos de geração de energia a partir de fontes renováveis e na melhoria da conectividade em áreas urbanas, rurais e florestais da região, com prioridade para localidades isoladas.

Os recursos virão do BID e do Green Climate Fund (GCF), um dos maiores fundos do mundo, cujo objetivo é escalar financiamento para apoiar iniciativas de baixa emissão de carbono. Cada um deve contribuir com 50% dos recursos.

O projeto está alinhado aos 12 compromissos de Sustentabilidade do BB e ao pilar de bioeconomia da Amazônia Sempre, programa do BID para o desenvolvimento sustentável da região, destaca o BNC Amazonas. “É um primeiro passo do nosso compromisso de atingir R$ 500 bilhões em carteira de crédito sustentável até 2030”, disse a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

O vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do BB, José Ricardo Sasseron, destacou outras ações sustentáveis da instituição, inclusive em áreas degradadas da Amazônia. “A nossa meta para preservação e reflorestamento da floresta é de 1 milhão de hectares até 2025. Isso corresponde a um terço do território da Bélgica, por exemplo, só para termos uma referência”, explicou ele.

Segundo Sasseron, antes desses acordos o BB já investia cerca de R$ 136 bilhões na área da Amazônia Legal, além de conceder créditos para produção e extração de cacau, castanha do Pará e açaí.

O BB ainda lançou a campanha “Somos All Amazônia”, na semana passada, em Nova York, informa a Agência Brasil. Durante cinco minutos, a Times Square foi “tomada” pela Amazônia. Ao som da voz do rapper indígena Guarani MbYá, Orewa, todas as cores, exuberância, fauna, flora e cultura do Povo da Floresta passaram diante dos olhos de milhares de pessoas.


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