Enviado especial para o clima do governo americano visitou Brasília

John Kerry, o enviado especial dos Estados Unidos para o clima esteve em Brasília entre segunda e terça-feiras. Ele assegurou que os Estados Unidos vão trabalhar para buscar recursos vultosos para o Fundo Amazônia e outras iniciativas climáticas brasileiras, sem, no entanto, citar valores específicos, frustrando a expectativa de muitos.

Conforme detalhou o Valor, na segunda-feira (27), ocorreu uma reunião de quase três horas entre Kerry, o vice-presidente Geraldo Alckmin, a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. “O enviado John Kerry não definiu valor, mas vai se empenhar junto ao governo, junto ao Congresso e junto à iniciativa privada para termos recursos vultosos, não só no Fundo da Amazônia, como também outras cooperações”, disse o vice-presidente. 

De acordo com Alckmin, o governo já começou a agir:  “Já abrimos os primeiros projetos. Os Povos Yanomami, o combate à desnutrição, o combate ao desmatamento e às organizações criminosas que atuam na região e políticas públicas de renda. Atendimento à comunidade que passa por dificuldade de saúde, combate ao desmatamento e novas oportunidades”, afirmou o vice-presidente brasileiro, segundo a CNN Brasil.

Quando esteve nos Estados Unidos na primeira quinzena do mês, o presidente Lula também conversou com Biden sobre questões climáticas e o Fundo Amazônia. A expectativa, naquele momento, é que o anúncio da entrada dos Estados Unidos, inclusive com valores, na ferramenta financeira mais importante de proteção ambiental que existe no Brasil, tivesse sido feito. O que não ocorreu. A especulação é de que o governo americano prometeu empenhar US$ 50 milhões no Fundo, como registra o g1. Nos bastidores, a cifra foi considerada baixa pelo governo brasileiro. 

Segundo O Globo, a principal tarefa de Kerry no Brasil é dar sequência às tratativas do Grupo de Trabalho de Mudanças Climáticas Brasil-EUA, que os presidentes Joe Biden e Luiz Inácio Lula da Silva relançaram durante reunião em Washington, em 10 de fevereiro. O grupo foi instituído em 2015, em acordo diplomático entre os presidentes Dilma Rousseff e Barack Obama. No novo formato, o grupo tem como diretrizes combate ao desmatamento e degradação do solo, transição energética e práticas agrícolas de baixa emissão de poluentes, entre outros temas ambientais.

Na terça (28), último dia da visita oficial, a agenda do representante do governo americano envolveu reuniões com a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e com parlamentares brasileiros, incluindo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).


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