Marina Silva também anuncia viagem à Suíça para o Fórum Econômico Mundial

A reconstrução começou, pelo menos no discurso e na estruturação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), como mostra o InfoAmazonia, mas agora é hora também de passar para a escalação do time que será responsável pelo árduo trabalho que está apenas iniciando. Atividades que serão alicerçadas, segundo a ministra Marina Silva, no ideal de transversalidade que a pauta ambiental exige.

Um dos nomes anunciados no último dia, como registra o Estadão e o Valor, é do deputado estadual Rodrigo Agostinho (PSB-SP). O legislador, que ainda tem mandato até o dia 31 de janeiro, vai ser o presidente do Ibama, posto que deverá ser oficializado no Diario Oficial até o fim do mês. Mas o próprio Agostinho, um dos líderes da bancada ambientalista do Congresso e que trabalhou durante toda a transição de governo ao lado de Marina, já agradeceu a confiança depositada nele nas redes sociais. No Congresso, além de presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados (2019/2020), o político de 45 anos coordenou a Frente Parlamentar Ambientalista do Congresso Nacional por três anos, como informa André Borges no Estadão. Durante o governo Bolsonaro, o Ibama esteve no centro de várias polêmicas, principalmente as relacionadas à ausência de fiscalização ao desmatamento amazônico. Até terminar o mandato de parlamentar de Agostinho, o órgão será dirigido pelo interino Jair Schmitt, servidor de carreira da instituição.

Outro nome que provavelmente será ratificado nos próximos dias é o do físico Ricardo Galvão. O ex-presidente do INPE (retirado do cargo por Bolsonaro por não ter concordado em corrigir os números de desmatamento florestal no país que o ex-presidente dizia erroneamente serem mentirosos apesar de medidos com acurácia pelo órgão) deve ser o presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A informação, na Folha, é da jornalista Giovana Girardi. Galvão, 75, candidatou-se ao Congresso pela Rede, por São Paulo, mas não foi eleito. Ele também trabalhou na equipe de transição do governo Lula. Depois de reagir publicamente ao presidente, o ex-diretor do INPE acabou escolhido, no fim de 2019, como uma das pessoas mais importantes para a ciência mundial naquele ano pela revista britânica Nature. A motivação da escolha foi o fato de Galvão ter enfrentado o negacionismo científico. Missão que ele continuará tendo agora no governo, ao lado da complexa tarefa de também reconstruir o sistema de ciência brasileiro. O CNPq é ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações para incentivar a pesquisa no Brasil, liderado pela ministra Luciana Santos, vice-governadora de Pernambuco.

De volta ao MMA, outro órgão vital para a reconstrução das políticas ambientais anunciadas por Marina Silva é o ICMBio. Mas, conforme noticia o Metrópoles, ainda não existe um nome definido para o posto. Haverá um comitê de busca para selecionar a pessoa mais indicada para conduzir as políticas de conservação da Biodiversidade dentro do MMA.

Como também vem dizendo a ministra Marina Silva, principalmente em relação à pasta que ela comanda, a destruição orçamentária também é um desafio que precisa ser encarado. E, por isso, esse será um dos objetivos na agenda que ela vai cumprir esta semana em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial. A ministra detalhou um pouco de como pretende angariar mais fundos para o Brasil com a comunidade internacional em entrevista à TV Brasil.


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