Bioma típico do Brasil, rico em biodiversidade, registrou a maior quantidade de pontos de incêndios desde 1998, quando começaram as medições

O Cerrado ardeu ainda mais do que a Amazônia durante os 31 dias de maio. O sistema de monitoramento de incêndios do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou 3.578 focos de calor no mês passado. Um recorde absoluto. Desde 1998, quando começou a série histórica medida pelo órgão federal, nunca havia sido registrado tanto fogo em um mesmo mês, como registra o site ((o))eco.

O número é 35% maior do que o registrado em maio de 2021. No ano passado, foram identificados 2.649 focos de calor. Na ocasião, os registros já estavam duas vezes acima da média histórica para o mês, que é de 1.711 focos de fogo.

Existem algumas explicações para a explosão dos incêndios. Uma das principais é o fato de 2022 ser um ano eleitoral. Normalmente, nesses períodos, os governos tendem a afrouxar a fiscalização e a punição para não frustrar o eleitorado.

“Temos outro reflexo [do ano eleitoral] acontecendo no campo e no Congresso também, que é o fato de que, tanto quem derruba árvore quanto quem derruba a lei está vendo ficar cada vez mais difícil a reeleição de Bolsonaro, então, eles estão ligando o modo ‘tudo ou nada’, ‘é agora ou nunca’, colocando tudo abaixo”, afirma Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.


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