Consumo de peixes carnívoros, que fazem parte do topo da cadeia alimentar amazônica, aumenta chances de contaminação

Uma Investigação feita pelo InfoAmazonia desvendou os principais mecanismos que levam ao aumento da contaminação dos Munduruku por mercúrio. Indígenas de territórios tradicionais perto do Tapajós estão com altas concentrações de metal tóxico no sangue, conforme revelou um estudo da Fundação Fiocruz em 2021.

O mercúrio está presente nos rios da Floresta Amazônica por causa das atividades garimpeiras – o metal é usado para separar o ouro do cascalho. Uma vez no meio ambiente, ele começa a circular pela cadeia trófica.

O mercúrio líquido, na água, fica preso na matéria orgânica. As bactérias aquáticas entram em ação e geram o que o se chama de metilmercúrio, um composto bastante perigoso para a saúde humana. No ambiente, os animais como camarões e caranguejos costumam ingerir o metilmercúrio. Como esses bichos servem de alimentos para outros, o metal tóxico vai se acumulando. Até chegar aos animais de topo de cadeia, como os peixes carnívoros.

“Os peixes maiores e carnívoros, que ocupam o topo da cadeia trófica, têm concentrações maiores de metilmercúrio nos músculos do que os peixes que ficam na base da cadeia trófica, que são os herbívoros que se alimentam de sementes, frutas, folhas”, explica Ana Claudia Santiago de Vasconcellos, pesquisadora em saúde pública da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio da Fiocruz. Por esse motivo, como ela explica ao InfoAmazonia, a orientação para as comunidades do rio Tapajós é evitar o consumo de peixes carnívoros.


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