É preciso “remover as restrições da legislação indígena e ambiental que forem radicais”, afirma documento elaborado por ala militar pró-Bolsonaro

“O Projeto de Nação – O Brasil em 2035”, apresentado nesta reportagem do site ((o))eco, não foi escrito há 50 anos ou mais. Em pleno ano de 2022, o documento de 93 páginas divulgado na semana passada em um evento militar ainda defende que a floresta tropical é uma região que precisa ser ocupada.

Um dos caminhos essenciais para que isso ocorra, segundo os militares que assinam o texto, é tornar as leis referentes à exploração de minérios mais “simples” e “flexíveis”, além da necessidade de se regulamentar o capital estrangeiro nas atividades de exploração mineral e de recuperar vias logísticas importantes, como a BR-319, por exemplo.

O documento diz ainda que é preciso “remover as restrições da legislação indígena e ambiental, que se conclua serem radicais nas áreas atrativas do agronegócio e da mineração”. O texto cita nominalmente as ONGs ambientalistas e o “movimento globalista” como entraves para o pleno desenvolvimento da Amazônia.

O projeto foi coordenado pelo general Luiz Eduardo Rocha Paiva, ex-presidente do grupo Terrorismo Nunca Mais (Ternuma), a ONG do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.


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