Constatação feita pelo MPF mostra que plano operacional montado pelo governo federal é incipiente; investigadores afirmam que faltam aeronaves

Uma investigação feita pelo MPF mostra que apenas 9 de 421 pontos de garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami contaram com algum tipo de ação policial nos últimos anos. Essas incursões estão no escopo de um plano formulado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por determinação da Justiça Federal, para tentar retirar garimpeiros que ocupam a região de forma ilegal atrás principalmente de ouro. Como relata a Folha de S.Paulo, apenas 2,1% das áreas de garimpo foram investigadas.

Segundo investigadores que trabalham diretamente nas ações contra o garimpo, não existem aeronaves disponíveis na capital de Roraima, Boa Vista, para fazer todas as operações. O único equipamento que pode ser usado pela Polícia Federal fica em Manaus, a mais de 600 km do território Yanomami. Fontes ouvidas pelos repórteres Vinicius Sassine e João Gabriel afirmam que as Forças Armadas têm se recusado a fornecer aeronaves e o IBAMA tem apenas oito veículos para o país inteiro.

Se as autoridades policiais têm problemas logísticos para as operações policiais, o mesmo não ocorre com os garimpeiros, como mostram os dados que revelam a explosão de pontos de garimpo na região de Roraima, além do crescimento do desmatamento. Segundo o MPF e a PF, mais de cem aeronaves garantem a exploração ilegal de minérios, como ouro e cassiterita. Coluna da jornalista Cristina Serra, na mesma Folha, ainda destaca como as operações de garimpo ilegal têm conexão com o mundo político.


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