Projeto-piloto remaneja o gado para salvar da extinção as palmeiras típicas do sul do país

É quase um sinal de resistência, mas apesar dos agrotóxicos e da pecuária as últimas paisagens de butiás ainda são vistas em áreas do Rio Grande do Sul, além de regiões no Paraguai, Uruguai e Argentina. A questão não envolve apenas a proteção da espécie em si, mas da fauna associada a esses biomas, como espécies de répteis, mamíferos, roedores e aves.

Como mostra reportagem no site Mongabay, das 21 variedades de butiá que ocorrem nos países do cone sul, 19 são típicas do Cerrado e do Pampa. Todas estão ameaçadas de extinção.

Em regiões produtoras, a perpetuação dos palmeirais é ameaçada por agrotóxicos carregados pelo vento e pela água, desmate e brotos devorados por gado solto, relata o repórter Aldem Bourscheit. “Bois em excesso comem tudo, mas é possível manejá-los para que se tornem aliados da manutenção e da recuperação dos butiazais”, disse Rosa Lía Barbieri, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Clima Temperado, ao Mongabay.

O projeto-piloto de rotacionar a pastagem do gado para que a época de brota dos butiás fique fora do apetite dos bois vem dando certo, segundo técnicos da Embrapa e produtores rurais. Em uma fazenda no município de Tapes, gado, soja e 750 hectares de butiás já convivem bem por seis anos. A localidade faz parte da Rota dos Butiazais, uma iniciativa que vem conectado pessoas, produtores, empresas e governos na proteção das palmeiras.


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