Em evento do setor no Pará, consultor busca separar produção de atividades ilegais na Amazônia; especialista rebate números

Uma palestra no evento Pecuariando, realizada em Marabá, no Pará, buscou separar a produção de gado da grilagem e da derrubada ilegal da flroesta na Amazônia – ainda que as evidências mostrem o contrário.

“O pecuarista é a grande vítima do desmatamento ilegal […] A pecuária sempre foi consequência, não foi causa. O desmatamento ilegal é feito com outro propósito”, disse consultor do agronegócio Maurício Palma Nogueira, conforme mostra reportagem do site ((o))eco. O evento reuniu atores do setor para discutir a sustentabilidade da pecuária em território paraense.

De acordo com o pesquisador Paulo Barreto, do Imazon, é impossível inocentar o setor e colocar todo o peso pela destruição florestal sobre o grileiro de terras. “Parte do desmatamento é especulativo, mas o vetor da especulação é a expectativa de que haverá demanda da pecuária. Se a pecuária deixasse de ocupar a terra, não haveria desmatamento especulativo. Além disso, a atividade ocupa novas áreas e deixa um imenso estoque de terras degradadas”, explica Barreto.

No mesmo evento, o secretário de Meio Ambiente do Pará, Mauro O’ de Almeida, disse que o estado vai formalizar o Selo Verde, plataforma que rastreia quem produz gado de forma ilegal – o que contradiz, por princípio, a fala do consultor.


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