Para que projetos de carbono possam descarbonizar a economia, e manter as florestas em pé, Brasil não pode criar mais uma “jabuticaba”

Em artigo no site reset, Natalie Unterstell e Caroline Dihl Prolo discutem três pontos preocupantes no debate sobre a regulamentação do mercado de carbono no Brasil. O primeiro é o fato de o governo federal já ter anunciado que não fará uma precificação real do carbono. Um erro, segundo as analistas. “Precificar o carbono é urgente. Justamente por isso, o processo para fazê-lo precisa ter alta qualidade, de modo que as partes afetadas reconheçam o mecanismo como legítimo e justo, e o resultado seja um cenário favorável à sua implementação”, afirma a dupla de especialistas.

O segundo é a falsa polarização entre mercado regulado e mercado voluntário. “O terceiro ponto de atenção é o risco de que um processo regulatório sem ampla discussão com os atores de mercado resulte na criação das famosas ‘jabuticabas brasileiras'”, isto é, mecanismos estanques e desconectados dos outros mercados por serem muito particulares e por desconsiderarem aprendizados internacionais. Esse é um risco real e que pode significar que créditos de carbono originados aqui não sejam fungíveis internacionalmente.

As várias incertezas, segundo as colunistas, como não saber se, quando e como o Brasil vai instituir um real preço de carbono deixa o Brasil para trás nessa busca pela nova economia. “E a transição para o baixo carbono, em suspenso”, defendem.


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