Além da destruição da floresta, invasão de milhares de garimpeiros na TI Yanomami desmonta a estrutura social dos indígenas e afeta a saúde das comunidades

O tripé de situações que vem gerando a destruição dos Yanomami é o foco de uma reportagem do portal g1 que detalha, inclusive com imagens inéditas, os impactos nefastos da invasão ilegal de milhares de garimpeiros que se avoluma há anos. O problema vai muito além da destruição ambiental, uma das pernas do tripé.

De acordo com o texto assinado por Caíque Rodrigues e Vanessa Fernandes, do g1 em Boa Vista, meninas e mulheres indígenas são exploradas sexualmente em troca de comida. Os jovens e adolescentes do sexo masculino são recrutados para o trabalhar na mineração em troca de cachaça e principalmente armas de fogo. O trabalho na extração do ouro ou da cassiterita muitas vezes têm condições análogas à escravidão.

De acordo com Júnior Hekurari Yanomami, umas importantes lideranças da região, existem comunidades indígenas assediadas pelos garimpeiros com pelo menos 50 armas de fogo. A sensação de força e poder dos jovens é potencializada pela cachaça. O plano dos garimpeiros para disseminar a discórdia vem dando certo, segundo os líderes indígenas ouvidos pela reportagem.

E as mulheres, também correm riscos.

“Aonde tem garimpo por perto, não tem como as mulheres e as meninas andarem, mesmo a comunidade delas sendo muito próxima de garimpos ilegais. Os garimpeiros oferecem cachaça e resto de comida, aliciando as mulheres. Essa é a realidade. Quando os garimpeiros dão cachaça, e a mulher está bêbada e caída, eles se aproveitam e elas são estupradas”, afirma Dário Kopenawa, outra liderança da região.


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