Em 30 anos, desmatamento dentro de Terras Indígenas foi de 1%, contra 20,6% em área privadas, mostra o MapBiomas

Levantamento realizado pela equipe do MapBiomas especialmente para o Dia do Índio revela a discrepância que existe nos índices de desmatamento dentro e fora das Terras Indígenas. As análises englobam um período de 30 anos e indicam que  a perda de vegetação nativa dentro dos territórios indígenas foi de 1% contra 20,6% dentro de áreas privadas.

Dos 69 milhões de hectares de vegetação nativa que sumiram entre 1990 e 2020, 1,1 milhão estavam nas áreas indígenas. Outros 47,2 milhões foram desmatados dentro de propriedades particulares. O restante estava principalmente em florestas públicas e Unidades de Conservação.

Ainda segundo o levantamento do MapBiomas, o desmatamento em Terras Indígenas na Amazônia foi multiplicado por 1,7 nos últimos três anos na comparação com a média registrada de 2016 a 2018. Entre 2018 e 2019, primeiro ano do atual governo, a supressão de cobertura vegetal pela mineração ilegal dobrou.

“As TIs estão sendo barreiras e escudos contra o desmatamento na Amazônia. São esses territórios que estão mantendo e protegendo a floresta no contexto atual de falta de fiscalização e investimentos em políticas públicas para combater e prevenir o desmate ilegal” afirmou Julia Shimbo, coordenadora científica do MapBiomas e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), ao Estadão.


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