Em editorial, Estadão defende que aparato estatal seja mais enfático contra os crimes ambientais

É um erro, como afirma o Estadão em seu editorial, enxergar os crimes ambientais (tais quais o desmatamento ilegal e o garimpo clandestino) como sendo algo de menor potencial ofensivo quando comparado aos delitos onde há emprego de violência. “Essa concepção dos crimes ambientais, que se espraia por segmentos do governo e da sociedade, é equivocada e extremamente prejudicial aos interesses do país”, afirma o texto.

Ao deixar de considerar que os crimes ambientais são graves por si só, também se abre espaço para que o aparato estatal atue de forma leniente, em relação aos chamados crimes de sangue, defende o jornal. Mesmo porque, não existe uma blindagem entre ações ilegais contra o meio ambiente, muito pelo contrário. Os crimes ambientais ocorrem por meio da invasão de terras, o que envolve muitas vezes tráficos de drogas e homicídios.

A motivação do editorial do Estadão é o estudo do Instituto Igarapé que mostrou que 50% das 369 operações deflagradas pela PF em cinco anos constatou o envolvimento de quadrilhas criminosas ligadas a crimes violentos. Apesar do diagnóstico, a opinião do jornal é que “não será durante o mandato de Bolsonaro que o aparato do Estado será devidamente mobilizado para combater os crimes ambientais, fazer o Brasil superar a vergonha e voltar a ocupar um lugar de destaque nessa seara”.


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