Estudo do Imazon desmonta dicotomia entre floresta e agricultura na Amazônia

Vamos derrubar a floresta para produzir alimentos para o Brasil e o mundo. Parte do agronegócio brasileiro continua alardeando esse lema, mesmo sendo irreal. Um estudo recente do Imazon, repercutido pelo site ((o))eco, ajuda a solapar ainda mais a retórica dos desmatadores.

A análise buscou aferir o potencial agrícola de 7,2 milhões de hectares que estão em processo de regeneração na região amazônica. Do total investigado, 5,2 milhões de hectares, ou 73% do total mapeados, estão em zonas onde a agricultura seria infrutífera. O que mostra que fazer a floresta voltar, nestes locais, além de ter um custo baixo, também não atrapalha em nada a agricultura.

As áreas classificadas como tendo baixa aptidão agrícola pelo estudo são aquelas em que o plantio das lavouras é complexo. A limitação existe porque são zonas em aclives, por exemplo, o que dificulta o ingresso das máquinas.

“Provavelmente, elas foram desmatadas no passado com a expectativa de serem usadas para a produção, porém, devido a essa dificuldade e a altos custos, foram abandonadas e hoje estão em regeneração. Além disso, classificamos como áreas de baixa aptidão agrícola aquelas que estão às margens dos rios, onde o desmatamento é ilegal”, explica um dos autores do estudo, o pesquisador Paulo Amaral, do Imazon, ao ((o))eco.


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