Professor de ecologia da UFMG cobra mais celeridade no complexo processo de proteção de um dos biomas mais biodiversos do mundo
Quiz inicial. Para as plantas, qual é o bioma terrestre com maior riqueza de espécies do planeta? Sim, é ela. A Mata Atlântica. Apesar disso, como reforça Danilo Neves, professor de Ecologia da UFMG em análise para o site ((o))eco, menos de 10% da área original do bioma permanece íntegra o suficiente para sustentar a biodiversidade e o funcionamento de todos os tipos de Mata Atlântica.
Sim, porque esse é um dos grandes desafios de qualquer plano de recuperação do bioma que estava intacto quando os portugueses por aqui desembarcaram. Como diz o pesquisador, “das restingas do Nordeste às exuberantes florestas pluviais do Corcovado, cada hábitat da Mata Atlântica tem sua importância como abrigo e refúgio de biodiversidade única”. Ou seja, é uma diversidade impressionante de hábitats. E todos correm perigo, inclusive os importantes manguezais.
Como a pressão é grande, não basta apenas englobar toda a heterogeneidade de hábitats existentes no bioma nos projetos de restauração ecológica. Para Neves, a discussão sobre onde recuperar e proteger o ecossistema é pouco embasada e ineficaz.
“Cientistas dedicados à biologia da conservação costumam se perguntar: quais áreas devemos priorizar em estratégias de proteção e restauração? Apesar de ser uma pergunta complexa e que requer anos de pesquisas, um consenso sobre a Mata Atlântica é que cada metro quadrado importa. Em outras palavras, não precisamos mais discutir onde priorizar proteção e restauração deste bioma, mas quando!”, afirma o cientista da UFMG. Uma vez que os parques nacionais e as reservas biológicas do bioma cobrem menos de 2% dos remanescentes naturais da Mata Atlântica, essa celeridade na implantação de políticas públicas citada por Neves é mais do que fundamental.
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