Análise científica mostra como os padrões de destruição da Amazônia colombiana estão descolados da atuação das FARC

Uma análise apresentada ao portal Carbon Brief por pesquisadores internacionais descreve detalhes de como o padrão de destruição da Amazônia colombiana não muda muito na comparação entre momentos de conflito armado e de paz. A região foi ocupada pelas Forças Revolucionárias da Colômbia, as FARCS, por quase 50 anos. Em 2016, o acordo histórico assinado entre Bogotá e os guerrilheiros, aparentemente, deu fim ao processo de ocupação.

O que o artigo mostra, a partir de vários estudos sobre o tema que usaram, inclusive, bancos de dados mundiais de destruição ambiental, é que a pecuária e o cultivo de coca são os grandes protagonistas do desmatamento, seja em épocas de paz ou de conflitos. O nível municipal também tem um peso grande nos processos de corte da mata. Em várias regiões, inclusive, as taxas de desmate aumentaram no chamado período de paz.

Diante dos achados do estudo, escrevem os cientistas, faz sentido desenhar intervenções que reúnam abordagens voltadas para mais de um objetivo. O que inclui iniciativas que promovam a redução das emissões por desmatamento e degradação florestal (REDD+) e fortaleçam a conservação, o manejo sustentável das florestas e o aumento dos estoques de carbono florestal, bem como as ações que apoiam o esverdeamento das cadeias de suprimentos agrícolas. A mesma receita de bolo, mas nem sempre implementada por força de lobbies locais, serve para o Brasil.


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