Imagens de satélite são fundamentais para um acompanhamento perene das inundações e secas amazônicas

A história do rio Araguari é simbólica para mostrar como um acompanhamento constante das inundações e secas amazônicas é fundamental para se evitar tragédias ambientais. Assim como ocorre com o desmatamento, monitorar os rios da maior bacia hidrográfica do planeta também é fundamental para preservação socioambiental, defendem cientistas que acabam de divulgar um estudo sobre o tema, como relata o InfoAmazonia.

A vazão média do Araguari, que corria pelo interior do Amapá, foi 98% capturada pelo canal Urucurituba, mostra a pesquisa. O rio, efetivamente, não existe mais. E tudo ocorreu em aproximadamente uma década. O canal que roubou a água do antigo rio é resultado de ações humanas. Tanto a degradação vegetal quanto o pisoteamento dos búfalos criados na região ajudaram na abertura do canal que não existia antes. As águas, então, empurradas pelas enchentes dos últimos dez anos, passaram a seguir pelo Urucutiba até o Amazonas. O praticamente fim do Araguari também está relacionado com três hidrelétricas e canais abertos para a irrigação de fazendas.

“Assim como temos vigilância histórica para desmatamentos, poderíamos ter sobre inundações, secas e outras questões ambientais. Uma observação contínua do rio Tapajós apontaria se as mudanças na sua cor se deviam ou não aos garimpos”, ressaltou Alice Fassoni, doutora em Recursos Hídricos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e coautora da pesquisa. As águas cristalinas do Tapajós, no início do ano, passaram a ficar turvas e com uma coloração marrom. Análises específicas apontaram que a poluição tinha como fonte os garimpos do Mato Grosso e do Pará.


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