Empresas precisam estar embasadas antes de se aventurarem no mercado de carbono, mecanismo que pode ajudar na regeneração florestal e no enfrentamento das mudanças climáticas

Virar uma companhia neutra em carbono não é algo automático ou simples, como se discutiu em uma das edições da “Live do Valor” desta semana. As políticas de compensação de carbono, como analisado pelos especialistas, precisam estar em sintonia, por exemplo, com as metas setoriais presentes nos compromissos internacionais sobre o tema assumidos pelo Brasil.

O Brasil, ao contrário da União Europeia e outros países, não tem um mercado de carbono regulado, apesar de um projeto de lei sobre o tema estar no Congresso. O que significa que o voluntarismo do setor privado é a regra atual.

Neste sentido, as empresas novatas no tema – e que não fazem negócios com regiões onde o assunto já tem regras mais claras – precisam se preparar. Como disse durante o evento o professor Fernando Caixeta, ligado ao Instituto Federal do Triângulo Mineiro, “não é só uma questão de ‘eu quero’, é necessário ter pessoas especializadas para fazer a quantificação [das emissões]” ou ainda determinar soluções para a não geração de gases de efeito estufa.

Um dos outros passos essenciais, na avaliação de Laura Albuquerque, da WayCarbon, é a montagem de um inventário de emissões diretas e indiretas do setor em que a companhia está presente. Até porque, em alguns casos, os processos ligados ao negócio são mais poluentes do que a própria operação cotidiana da empresa. É o caso do setor bancário, explica a especialista. Se a sede de um banco, em um prédio comercial, não emite tanto, o que ele financia, por exemplo, pode ser um grande agente poluidor. “A responsabilidade de uma instituição financeira está muito ligada ao que ela financia”, afirma Laura.


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