Dependência do potássio russo faz presidente defender mineração em terras indígenas

Em sua conta no Twitter, como repercutiu o jornal Folha de S.Paulo, o presidente Bolsonaro usou a provável falta de fertilizantes no mercado internacional para justificar o projeto de lei que libera a mineração em Terras Indígenas. O texto, de autoria do próprio executivo, está no Congresso Nacional desde 2020.

A invasão russa na Ucrânia poderá dificultar o acesso do Brasil aos fertilizantes comercializados pela Rússia. O país é rico em potássio, usado na fabricação de vários fertilizantes. Em 2021, 62% do total importado pelo Brasil da Rússia foram adubos ou fertilizantes químicos.

Como a Amazônia também é rica em potássio, Bolsonaro não perdeu tempo. “Nossa segurança alimentar e o agronegócio exigem de nós, Executivo e Legislativo, medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância”, afirmou o Bolsonaro.

O problema é que essa relação entre mineração e produção de potássio na Amazônia está longe de ser linear. Segundo especialistas ouvidos pela Folha, o potássio mapeado na Amazônia é de difícil acesso. Assim, a exploração do recurso natural geraria danos ambientais de alto impacto e teria custos econômicos muito altos para a produção dos fertilizantes. O que deixaria o produto brasileiro em desvantagem em relação aos importados.

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