Por causa do desmatamento da Amazônia, Marfrig perde financiamento internacional de US$ 200 milhões

O grupo Marfrig teve um financiamento internacional de US$ 200 milhões negado, exatamente por causa do desmatamento da Amazônia, informa a Agência Bloomberg. O braço privado do BID engavetou em definitivo o pedido, segundo pessoas ligadas ao processo. As metas ambientais da empresa, a segunda maior produtora de carne do país, não agradaram aos gestores financeiros. Além das próprias condições financeiras do pedido.

No ano passado, o pessoal do BID já havia dado sinais de que algo não corria bem. A votação sobre o pedido da Marfrig foi empurrada de dezembro para maio próximo. Mas, agora, o empréstimo apareceu com o status de inativo no site do banco. Sem fazer maiores comentários, a empresa brasileira confirmou o congelamento do pedido de crédito.

O resultado do veto ao empréstimo pode estar relacionado com a pressão de ONGs internacionais. No ano passado, vários ambientalistas defenderam a tese de que o empréstimo, se autorizado, iria conflitar com a própria política de sustentabilidade do BID. “Esperamos que a decisão do BID Invest de retirar o empréstimo da Marfrig seja um sinal para outros bancos”, disse à Bloomberg Kari Hamerschlag, vice-diretora de alimentos e agricultura da ONG Amigos da Terra dos Estados Unidos.

Segundo a executiva do terceiro setor, os bancos públicos não podem compactuar com operações como a da Marfrig, que conduz a crise climática com desmatamento, perda de biodiversidade e emissões de metano no Brasil e no mundo. A empresa brasileira nega que sua cadeia de produção na Amazônia esteja ligada ao desmatamento.


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