No Espírito Santo, eucalipto e café continuam pressionando a Mata Atlântica

Na preservação da Mata Atlântica, aquele bioma que desde que os portugueses desembarcaram por aqui perdeu mais de 80% da sua cobertura original, o estado do Espírito Santo desempenha um papel central. Entre outros motivos, porque ainda abriga 46% das florestas da Reserva de Mata Atlântica da Costa do Descobrimento – região que se estende do sul da Bahia à foz do rio Doce.

Por mais que governos e a sociedade civil tenham enfrentando o problema do desmatamento nas últimas décadas, uma reportagem do site (((o)))eco mostra que a situação está longe da ideal. Desde que o monitoramento da SOS Mata Atlântica começou na região, em 2007/2008, a expansão das monoculturas do eucalipto e do café foi oito vezes maior do que a de vegetação nativa.

O estudo que mostra estes processos de forma consolidada reuniu dados por menos de uma década, até 2014/2015. Mas estimativas recentes, de 2020, que ainda precisam ser refinadas, indicam que a tendência de expansão das monoculturas em detrimento da Mata Atlântica não mudou.

“A ocupação dessa região foi muito mal planejada. Os principais fomentadores foram a exploração de madeira e o plantio de eucalipto”, avalia Aureo Banhos, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), doutor em Genética, Conservação e Biologia Evolutiva e coordenador do Projeto Harpia no Corredor Central da Mata Atlântica – que envolve todo o Espírito Santo e o sul da Bahia.

Dado o diagnóstico, as soluções passam pela implementação de políticas públicas voltadas para a melhoria dos desafios socioambientais do estado. E, principalmente, por ações que conectem as pessoas à importância da floresta em pé.


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