Na Amazônia, grande parte da cadeia de ilícitos começa pela grilagem de terras

A disputa por terras na Amazônia, normalmente, é o que mais deflagra processos criminosos na região, revela um levantamento recente. Como ressalta o jornal O Globo, a grilagem, que no caso amazônico é caracterizada pela tomada de Terras Públicas, quase sempre dá margem ao desmatamento ilegal e estimula a violência no campo, com ameaças e homicídios. Em paralelo, as desavenças fundiárias também impulsionam crimes na esfera administrativa, com fraudes e corrupção.

O estudo do Instituto Igarapé fez um levantamento robusto do sistema dos crimes ambientais que envolvem a floresta. São processos que também, claro, se relacionam com atividades de garimpo ilegal e extração irregular de madeira.

Ao todo, os pesquisadores analisaram 369 operações desencadeadas pela Polícia Federal no período que vai de 2016 a 2021. Mais de 60% das ações tiveram como alvo simultâneo o combate aos crimes ambientais e à economia ilícita. Grilagem, agrilcultura e desmatamento ilegal são os problemas que mais apareceram atrelados às ações da PF.

Em tempo: Desde 2019, o projeto Amazônia Minada, do InfoAmazonia, analisa de forma sistemática os dados da ANM e divulga as informações em um mapa interativo, com o nome das mineradoras, a localização dos projetos e a situação da área protegida. Essas informações serviram como base para diversas reportagens e estudos, e para informar as comunidades locais sobre a mineração em terras de proteção integral na Amazônia.

Agora, todos os dados podem ser consultados publicamente na nova plataforma da Amazônia Minada. O usuário poderá navegar, filtrar e baixar processos minerários em Áreas Protegidas da Amazônia.


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