Estudo mostra como o peixe amazônico pode ser um grande produto global, a partir de uma piscicultura ecologicamente sustentável

A cidade de Manaus, hoje, é o principal mercado consumidor de tambaqui. Se até os anos 1970 toda a produção vinha dos rios da Amazônia, hoje, a situação mudou um pouco. Psicultores de estados como Acre, Rondônia e Roraima são os principais fornecedores dos peixes que chegam aos restaurantes manauaras.

Mesmo assim, como mostra reportagem da Agência FAPESP de Notícias, o potencial do tambaqui para ser um grande produto mundial é enorme. Mesmo sem grandes investimentos em inovação e melhoramento genético, a produção do peixe amazônico já chega às 100 mil toneladas no Brasil, atrás apenas da tilápia, com aproximadamente 500 mil toneladas.

“Um peixe amazônico, com dieta 75% vegetariana e manejo muito fácil, tem um enorme potencial como produto sustentável, num momento em que a aquicultura está sob ataque por conta dos impactos no meio ambiente causados, por exemplo, pela cultura do salmão, primeiro peixe a se tornar em uma commodity internacional”, conta Alexandre Hilsdorf, professor e pesquisador do Núcleo Integrado de Biotecnologia da Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), primeiro autor do estudo.

Segundo o pesquisador da UMC, não investir porque a espécie já tem um bom desempenho é um raciocínio errôneo. O Brasil, segundo ele, também não necessita da produção de híbridos, um risco para a manutenção da integridade dos recursos genéticos por causa dos escapes que ocorrem de pisciculturas.

“Os produtores precisam ir além, com a busca de produtos geneticamente superiores para o estabelecimento de uma piscicultura economicamente e ecologicamente sustentável. É isso que o mercado no mundo todo exige atualmente”, afirma Hilsdorf à Agência FAPESP.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.