No Mato Grosso, enquanto a produção de soja se vende como desconectada do desmatamento, outras culturas seguem impactando a floresta

Os produtores de regiões amazônicas, como as do Mato Grosso, já perceberam as brechas que as regras da moratória da soja têm. Se de um lado o pacto feito em 2006 para dissociar a produção de grãos do desmatamento colhe bons frutos, de outro, ele está longe de conseguir frear a destruição florestal como um todo.

Principalmente, como discute esta reportagem do jornal britânico The Guardian, porque outros tipos de cultura, como o milho e até a criação de gado, feitas muitas vezes nas mesmas propriedades que cultivam soja, continuam impactando as florestas. O que especialistas brasileiros e estrangeiros defendem é que iniciativas como a moratória da soja, que entre 2004 e 2012 conseguiu derrubar os índices de desmatamento em 84%, sejam ampliadas para impedir que outras culturas continuem associadas à destruição ambiental.

Para o professor Raoni Rajão, da Universidade Federal de Minas Gerais, os processos para conter o desmatamento associado à produção de grãos em curso na Amazônia, estão se mostrando insuficientes. Principalmente, segundo ele, porque apenas áreas específicas das propriedades que produzem soja são monitoradas e não as fazendas como um todo. “Os produtores já perceberam essa brecha”, disse Rajão à reportagem do jornal inglês.


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