Pressionados pela especulação imobiliária e a carcinicultura, os manguezais são essenciais para a biodiversidade do planeta
Não existe nenhum exagero em afirmar que os manguezais servem como um berçário para as espécies marinhas. É um bioma que está relacionado à conservação de aproximadamente 78% das espécies de peixes de valor comercial. Além de ter muitas outras funções ambientais, como descreve a reportagem especial do site ((o))eco divulgada também pelo Um Só Planeta.
Os manguezais, também no caso brasileiro, estão muito associados a conflitos socioambientais importantes uma vez que são áreas normalmente habitadas por Comunidades Tradicionais. Por isso, uma das grandes ameaças atuais são os grandes empreendimentos imobiliários que, na prática, estão destruindo o meio ambiente, mas também um modo todo característico de ganhar a vida. Famílias de pescadores e catadores de caranguejo são constantemente afetadas.
Yara Schaeffer Novelli, professora aposentada da USP e uma das maiores especialistas em manguezais do mundo, conseguiu montar uma forte rede de estudiosos e ambientalistas que se dedicam à pesquisa e à conservação desse ecossistema, que foi por muitos anos ignorado no país. Agora, jovens pesquisadores desta rede tentam avançar em estudos sobre o manguezal do litoral norte paulista, a exemplo do que já vem sendo feito em relação ao litoral sul do estado, por pesquisadores da UNESP de Registro. O litoral norte de São Paulo é uma das regiões mais pressionadas pelo mercado imobiliário no país.
Em tempo: A Mata Atlântica é outro bioma bastante ameaçado. Na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, a equipe da Associação Mico-Leão-Dourado atua há mais de uma década na complexa restauração florestal desse ecossistema. Hoje, a antiga área que tinha apenas 40 hectares está conectada a uma reserva biológica da União com 2.756 hectares. Somando as duas matas às zonas de conexão, a área florestal é de 7.724 hectares. Vários animais, entre eles os pequenos primatas, já reconhecem a nova mata como um bloco só e se deslocam por toda a região. Vale checar publicação no LinkedIn de André Aroeira, Coord. de Programa na Associação Mico Leão Dourado.
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