Estudo mostra que a Amazônia tem 11,3 milhões de hectares em propriedades privadas que podem ser desmatados

O estoque de carbono presente em áreas privadas da Amazônia, e que podem ser legalmente desmatadas, tem um peso significativo, como mostra um estudo recente que conta com a participação de pesquisadores do IPAM. Esses ativos, que ocupam uma área de 11,3 milhões de hectares, representam um estoque de 474 milhões de toneladas de carbono. O número corresponde a 75% das reduções de emissões nacionais de CO2  prometidas por ano pelo Brasil em 2015, no Acordo de Paris. Em termos geográficos, mostra a pesquisa, a área de floresta, se somada, ultrapassa a soma dos tamanhos dos estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

“O texto deixa clara a importância de se criar incentivos que mitiguem o desmatamento legal e que contribuam para diminuir a supressão como um todo, seja ela permitida ou ilegal”, explica Marcelo Satibel, pesquisador do IPAM e autor principal do artigo.

Um dos caminhos para que as áreas privadas não sejam desmatadas, segundo a pesquisa, passa pela compensação financeira que seria paga aos donos das terras. Mais precisamente, o trabalho acadêmico cita a importância do Conserv, um mecanismo privado de compensação financeira que atualmente remunera produtores rurais da Amazônia Legal comprometidos a não suprimir áreas de vegetação nativa.

“A partir da execução desse modelo de negócio, é possível evitar o desmatamento legal e as emissões associadas a ele, além de contribuir para a mitigação de mudanças climáticas, a formação de corredores ecológicos e de habitat para a biodiversidade”, complementa Stabile, também coordenador do Conserv.


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