Cresce, em nível mundial, a importância de produtos 100% certificados

O jornal New York Times voltou a colocar o assunto na berlinda. Afinal, até que ponto o couro usado por grandes grifes mundiais está conectado com a destruição da Amazônia? No ano passado, uma reportagem publicada no jornal americano havia mostrado como são fortes as conexões entre o desmatamento da região e o couro usado pela indústria automobilística nos estofados dos carros de luxo. Agora, o escopo do problema aumentou. A dúvida recai sobre toda a indústria da moda.

É sempre difícil fazer uma conexão direta entre o desmatamento e o couro que vai parar nas indústrias. O artigo do NYT, entretanto, se baseia em dados indiretos. O Brasil, em 2020, respondeu por 19% da exportação mundial de couro tratado – matéria-prima que vem do gado, uma das forças motrizes do corte de floresta.

Como grande parte deste couro desembarca em países como China e Itália, dois grandes produtores da indústria da moda, é bem provável que uma bolsa de luxo vendida nas lojas de Paris, Milão ou mesmo Nova York tenha sido feita com couro de um boi que pastou em uma clareira aberta na Amazônia.

Ao mesmo tempo que o diagnóstico é preciso, outra discussão emerge. Toda a cadeia de produção da moda precisa se envolver mais no rastreamento de seus produtos, segundo o articulista do NYT. Uma certificação que seja confiável, ao mesmo tempo que não é simples de ser feita, será a única saída para as grifes da moda deixarem as dúvidas de lado. O que afeta diretamente o faturamento dessas empresas, uma vez que os consumidores dos países ricos estão deixando de comprar produtos que possam estar atrelados a algum tipo de destruição florestal.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.