Investigação mostra como um lote de Ipê ilegal valorizou mais do que cocaína entre o Pará e NY

Repórteres da Revista Piauí trabalhando em parceria com o consórcio internacional de jornalismo investigativo OCCRP e o Center Climate Crime Analysis conseguiram traçar a trajetória de um lote de Ipê Amarelo que saiu de forma ilegal do interior do Pará para ser vendido em uma loja em Nova York.

No trajeto, entre fevereiro e abril de 2019, os 53 metros cúbicos de madeira amazônica (o equivalente à derrubada de 14 árvores) valorizou 89 vezes. A cobiçada e exótica madeira de luxo, usada em terraços do Upper East Side ou coberturas do Soho, é vendida a 6 mil dólares o metro cúbico. Uma valorização maior do que a da cocaína.

Os números apresentados pela reportagem mostram como existe um grande descompasso entre a produção de madeira amazônica e a quantidade de áreas no norte do Brasil autorizadas a produzir madeira.

O fluxo da ilegalidade cresceu bastante nos últimos três anos, durante o governo Bolsonaro, quanto grileiros e madeireiros se sentiram mais à vontade para aumentar a destruição da floresta. Os índices medidos por instituições como o INPE e o MapBiomas, por exemplo, indicam com clareza como a pressão sobre a floresta está em alta.


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