No Médio Juruá, Povos Tradicionais aderem à produção sustentável do pescado, o que gera renda e proteção ambiental

É uma região que já está virando um símbolo de que existem vários caminhos de preservação socioambiental na Amazônia. Como mostra uma série especial de reportagens da Folha, o manejo do pirarucu está ganhando a adesão de vários Povos da Floresta, ajudando tanto na geração de renda local quanto na preservação da biodiversidade e da floresta em pé.

Um dos exemplos é o do Povo Deni, um dos que aderiram ao manejo do pirarucu no Médio Juruá, no Amazonas. A atividade está garantindo renda a partir da proteção do maior peixe de escamas de água doce do mundo. No Médio Juruá, hoje, o pirarucu é apenas uma das cadeias produtivas que estimula a bioeconomia local. Estimativa do Instituto Juruá indica que os arranjos produtivos em curso no interior do Amazonas englobam 35 mil pessoas distribuídas por cinco milhões de hectares.

Os denis viviam pressionados pelos donos de seringais, pescadores, madeireiros e comerciantes até um passado recente. As doenças trazidas pelo homem branco, nos anos 1990, quase exterminou a população, que passou a sofrer com a tuberculose e o sarampo. “Antes da demarcação, não tinha mais peixe nem pirarucu em nenhum dos lagos porque o branco tinha tomado o nosso rio”, contou à Folha o presidente da ASPODEX (Associação do Povo Deni do rio Xeruã), Pha”avi Hava Deni, 25 anos. “Quando teve demarcação, resgatamos o pirarucu, a caça, porque a gente faz preservação. Tem área que a gente não caça nem pesca. Por isso que hoje estamos de boa.”


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