Combinação de processos antrópicos coloca em risco produção de alimentos

Se sozinho o desmatamento já é um problema para a manutenção da biodiversidade, atrelado aos impactos das mudanças climáticas, então, pode ser ainda mais nocivo. Os efeitos da combinação desses dois fatores na região do Matopiba – uma área de transição entre o Cerrado e o leste da Amazônia, englobando os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – virou objeto de estudo de um grupo de pesquisadores brasileiros do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).

De acordo com a pesquisa, publicada na Scientific Reports,  a sinergia entre destruição ambiental e as mudanças climáticas globais agravaram as condições de secas severas na região, responsável por quase 12% da produção brasileira de soja.

Para o futuro, o alerta dos pesquisadores é claro. Após analisarem dados de uma década, constatam que as duas tendências (desmatamento + mudanças climáticas), combinadas, podem colocar em risco a estabilidade dos biomas e, por consequência, a produção de alimentos, principalmente a soja.

“Esses achados fornecem evidências observacionais da pressão climática crescente nessa área, que é sensível para a segurança alimentar global, e a necessidade de conciliar a expansão agrícola e a proteção dos biomas tropicais naturais”, avalia José Marengo, coordenador-geral de pesquisa do Cemaden e primeiro autor do estudo, em entrevista à Agência FAPESP.


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