Ao não relacionar o desmatamento da Amazônia com problemas globais ninguém parece interessado em assumir o problema

No jornal Nexo, Rafael Araújo, analista sênior na área de infraestrutura no Climate Policy Initiative Brasil faz uma provocação: Quem paga a conta do desmatamento somos nós. E não se trata de figura linguagem. Grande parte dos brasileiros é sim afetada pelo o que ocorre na floresta.

Existe um consenso científico, antes de mais nada, que mostra que na Amazônia nascem verdadeiros rios voadores que trazem umidade para as regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. A relação é simples. Menos árvores, menos água é retirada do solo em direção a atmosfera e menos potencial de chuva vai ser transportado pelos rios voadores a partir dos céus amazônicos.

O que significa isso? Que a falta de chuva sobre as plantações de soja de Mato Grosso ou nos canaviais de São Paulo tem uma relação direta com a menor quantidade de árvores na Amazônia, como lembra Araújo.

A partir desse diagnóstico, o economista cobra transparência nas discussões sobre quem perde e quem ganha com o desmatamento em cada parte da Amazônia. O que significa que os setores mais atingidos, afirma Araújo, e são muitos, precisam pressionar os governos federal e locais pela conservação da floresta.


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