Aumentam as evidências científicas de que o desmatamento e as más condições de moradia estão relacionados às mudanças na dinâmica de transmissão da doença.

Dois artigos científicos liderados pela Faculdade de Saúde Pública da USP e publicados recentemente mostram evidências dos efeitos da intervenção humana na proliferação de malária em assentamentos na Amazônia. Ambos foram divulgados em matéria publicada no Jornal da USP. Um deles, encabeçado pelo biólogo Leonardo Suveges Moreira Chaves, foi publicado na Scientific Reports. O pesquisador e os coautores apontam que as mudanças causadas pela ação humana, como supressão da vegetação nativa e fragmentação da cobertura vegetal, reduzem a biodiversidade de mosquitos, favorecendo o predomínio da espécie de mosquito Anopheles darlingi. Essa espécie tornou-se prevalente  na proliferação da doença na floresta e é responsável pela mudança na dinâmica de transmissão da malária na região.

Já o artigo liderado pelo pesquisador Gabriel L. Aporta e publicado na revista Plos One indica que a relação entre desmatamento e malária é um processo espacial e temporal de variação na incidência de vetores em ambientes rurais da Amazônia que são ocupados pelo homem. Isso aponta que os picos da doença ocorrem de acordo com comportamentos antropogênicos de uso e ocupação do solo. Também aumenta o número de pesquisas científicas, na USP, na Fiocruz e em outros renomados centros de pesquisa, indicando que o desmatamento amplia o risco de explosão de novas pandemias. Com isso, amplia-se também a percepção de que preservar a floresta também é uma forma de minimizar riscos à saúde humana.


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