Análise global feita por pesquisadores da Universidade de Sheffield reforça importância da proteção ambiental exercida pelos indígenas

Na média, o desmatamento dentro das terras indígenas na região dos trópicos é 20% menor do que em áreas não protegidas. Enquanto especificamente na África, as áreas ocupadas pelos indígenas protegem mais o ecossistema do que as áreas protegidas em si. A pesquisa com estes resultados, que também enfocou o Brasil, foi conduzida por um time de pesquisadores da Universidade de Sheffield.

Além de mapas das áreas e análises das políticas de proteção de cada país, os cientistas também avaliaram imagens de satélites das florestas. Mas, apesar do resultado positivo na média geral, os pesquisadores tiveram algumas surpresas ruins. Principalmente porque o Brasil acabou sendo uma exceção à regra.

Os dados analisados em relação às Américas – a pesquisa foi publicada na Nature Sustainability – mostram que no Brasil o desmatamento em terras indígenas foi 15% maior do que nas áreas protegidas em geral. O que, inclusive, desmente estudos feitos nas mesmas regiões no passado. Jocelyne Sze, o pesquisador líder do estudo, tem uma pista para justificar a surpresa.

Para ele, trata-se de uma mudança que pode ter começado na última década como resultado de políticas governamentais que enfraquecem a regulamentação ambiental, como as feitas pelo presidente Jair Bolsonaro no Brasil. Várias terras indígenas brasileiras, por exemplo, convivem com atividades do garimpo ilegal.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.