Um dos maiores estudos já feito sobre a recuperação florestal indica que simplesmente parar de agredir a floresta pode fazer com que ela se regenere em algumas décadas

O esforço reuniu uma colaboração internacional de grande porte. Vários dos pesquisadores, inclusive, são do Brasil. Após acompanhar os processos de regeneração florestal em mais de 77 locais diferentes, seja nas Américas ou na África, veio o veredito.

Na maioria dos casos, basta interromper o uso agrícola de certas áreas florestais e deixar a natureza seguir seu curso sozinha para o reflorestamento voltar. Ou seja, trata-se de um processo simples, sem a necessidade de grandes investimentos. 

Em média, as matas regeneradas recuperaram quase 80% dos atributos das florestas primárias após 20 anos. É verdade que, em se tratando da biodiversidade, a recuperação demora mais tempo. A riqueza de espécies pode demorar até um século para voltar.

Segundo Pedro Brancalion, professor do Departamento de Ciências Florestais da USP de Piracicaba, disse à Folha, os dados indicam que até regiões muito exploradas pela agricultura historicamente, como o Sudeste brasileiro, poderiam recuperar naturalmente ao menos parte de suas áreas de floresta. “A cobertura florestal do vale do Paraíba [interior de São Paulo] dobrou nos últimos 20 anos”, afirma o cientista, um dos coautores da pesquisa publicada na revista científica Science.


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