Outorgas emitidas pelo governo baiano permitem que um grupo de 20 pessoas captem 1,8 bilhão de litros de água por dia

Um levantamento inédito da Agência Pública pode ajudar a entender o porquê das comunidades locais do oeste da Bahia, uma das últimas fronteiras agrícolas do país, estarem percebendo os rios secarem na região. O estado da Bahia, nos últimos anos, concedeu 1,8 bilhão de litros de água por dia em outorgas hídricas a mais de duas dezenas de diretores e conselheiros de entidades que administram o agronegócio do oeste baiano. Não se paga pelo uso dos recursos hídricos na Bahia.

É um volume de água suficiente para abastecer por volta de 11,8 milhões de brasileiros. Apenas os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e a própria Bahia têm populações maiores.

A questão da água tem gerado conflitos na região, com algumas vitórias para os movimentos sociais organizados como o Plano de Bacia do rio Corrente. Todas as autorizações e processos para o uso da água correm em nível estadual. E existe uma relação próxima entre os órgãos públicos e entidades como a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). Os membros do agronegócio dizem que exploram a água da região com base em estudos técnicos, feitos por especialistas no assunto.


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