Na Amazônia, trechos da mata afetados pela estiagem crônica estão com mais dificuldades de se recuperar

Por ser um ambiente vivo, é claro que a floresta sente, assim como o corpo humano quando não dorme ou se alimenta direito. Resultados científicos obtidos por pesquisadores brasileiro e portugueses revelam que secas recorrentes, como as registradas neste século na Amazônia, estão desnorteando a floresta.

Segundo o estudo relatado pelo O Eco, trechos afetados pelas estiagens têm levado de 12 meses a 3 anos para recobrar o ritmo de crescimento habitual. Na comparação com áreas que não sofreram os impactos da seca ou com as mesmas regiões sem o efeito da falta de chuvas, a absorção de carbono caiu em 13%.

“O atual cenário vai causando interferência no ciclo hidrológico. Mais porções de terras desmatadas significam menos água que volta para a atmosfera”, observa o biólogo Fausto Machado-Silva, pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e principal autor do estudo. Os dados, segundo os cientistas, em um contexto de mudanças climáticas e altas taxas de desmatamento, são preocupantes. O déficit de resiliência da floresta ficou evidente após as grandes secas de 2005, 2010 e 2015. E são eventos, inclusive, que tendem a ser mais frequentes por causa do aquecimento global.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.