A demanda mundial por uma economia de baixo carbono abre caminhos para a inovação, desde que algumas premissas sejam consideradas

Se tem uma coisa que o empreendedor gosta de fazer, além de lucrar, é transformar riscos em oportunidades. Bill Gates já sentenciou que “a descarbonização da economia é a maior oportunidade de inovação que o mundo já teve”, como destaca, na primeira frase, a matéria do Valor sobre o crescimento vertiginoso do número de startups voltadas à tecnologia climática — as chamadas Climate Techs. Os debates internacionais no âmbito do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), e das Conferências do Clima já deixaram claro que a transição para uma economia de baixo carbono é inexorável. Pode-se discutir até que ponto o setor privado vem incorporando, no dia-a-dia, as práticas ESG por vontade própria, necessidade ou apenas para surfar na nova onda econômica. Mas fica claro que, sem tais práticas, o planeta e a humanidade ficarão progressivamente inviáveis no médio e longo prazo.

O fenômeno de multiplicação das Climate Techs, frente a esse contexto macro, tem sido observado principalmente após o Acordo de Paris, em 2015. Ainda de acordo com a matéria, dados compilados pela Dealroom.com, até setembro deste ano, mostram que startups ligadas ao clima receberam US$ 32 bilhões em aportes. A PwC, em um outro mapeamento, identificou que, em 2019, existiam mais de 1,2 mil Climate Techs no cenário global, sendo que 43 delas já haviam atingido o patamar de “unicórnios” (como são chamadas as startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão).

Até 2050, a estimativa é de que exista um volume da ordem de US$ 100 trilhões para financiar novas tecnologias e projetos de adequação à economia de baixo carbono.

E o Brasil? Bem, o Brasil, caso queira realmente embarcar nesse bonde, terá primeiro de fazer a lição de casa e controlar o desmatamento. Não é por acaso que a COP26 registrou recorde de participação empresarial, e que empresas ligadas ao Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) pressionam o governo pela adoção de medidas de contenção do desmatamento. As oportunidades para obtenção de aportes de recursos e lucros identificados para o Brasil seriam para projetos de geração de energia limpa, agricultura, pecuária, silvicultura e serviços ambientais.


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