Em agosto, cinco ministérios garantiram ao Planalto que o desmatamento amazônico havia caído entre agosto de 2020 e julho de 2021

A reunião do dia 24 de agosto do Conselho Nacional da Amazônia Legal, como relata a Folha, teve um tom otimista e o vice-presidente Hamilton Mourão, comandante do colegiado, muito provavelmente saiu tranquilo do encontro. Cinco ministérios, a partir dos informes apresentados no Conselho, asseguraram que os índices de desmatamento haviam caído. Quer dizer, pelo menos eles achavam isso.

Os representantes das pastas de Ciência e Tecnologia, Agricultura, Defesa, Economia e Minas Energia listaram várias ações que, para eles, haviam dado resultado.

O problema foi que a sensação de melhora era totalmente falsa. Os números do INPE, quando divulgados para o “ano fiscal” do desmatamento entre agosto de 2020 e julho de 2021 escancaram um cenário com sinal totalmente trocado. O desmatamento amazônico, de fato, havia explodido.

Entre as ações apresentadas em Brasília como salvadoras da pátria  estavam a destinação de terras públicas a uso por posseiros (o que tende a aumentar a grilagem em vez de diminuir segundo especialistas), a formalização do garimpo em algumas áreas e a fracassada intervenção militar na Amazônia. Quando os dados do INPE surgiram, depois da COP26, Mourão assumiu a culpa pelo fracasso, sem citar em particular nenhum ministério como culpado.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.