Entidade brasileira sobe o tom contra intenção do Parlamento Europeu de barrar commodities ligadas ao desmatamento

Levantamento feito pelo Metrópoles estima que a lei proposta pela União Europeia que proíbe importações de commodities agrícolas conectadas ao desmatamento, se aprovada, colocará em risco ao menos US$ 10 bilhões em exportações brasileiras. O texto veta uma lista de commodities, várias delas exportadas pelo Brasil.

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) pediu em nota, e em um tom nada cordial, que os europeus respeitem a soberania nacional.

“A União Europeia precisa entender que não são mais a metrópole do mundo [dona] e que o Brasil e demais países da América do Sul deixaram de ser suas colônias”, diz um trecho da nota divulgada pelo O Globo. Segundo a Aprosoja, o Código Florestal e todo o conjunto de leis ambientais em vigor no Brasil já dão conta das demandas internacionais.

“Além de chamar de “protecionismo comercial disfarçado de preocupação ambiental”, a Aprosoja teme que medidas parecidas sejam seguidas por outros mercados, como a China.

“Se os europeus estão preocupados com nossas florestas, eles poderiam aproveitar a qualidade de suas terras para replantar também as suas florestas e instituir como aqui a reserva legal e as áreas de proteção permanente dentro das propriedades rurais. Portanto, respeitem a nossa soberania!”, complementa o comunicado.

O curioso é a inversão da ideia de soberania: a Aprosoja quer obrigar os europeus a aceitarem seu produto, mesmo se oriundo de áreas desmatadas.


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