Cientistas divergem sobre a causa, mas mudanças climáticas e uso intensivo da água por grandes produtores estão entre as principais suspeitas
No cenário do oeste da Bahia existe a atuação de vários atores. Desde os anos 1990, o desmatamento acumulado do Cerrado destruiu uma área do tamanho do estado de Alagoas. Os chamados geraizeiros, entretanto, que vivem do cultivo de terras acidentadas onde a agricultura mecanizada não funciona, passaram, nos últimos 30 anos, a sentir mais a falta de água. Isso porque a fonte que está embaixo deles, o Aquífero Urucuia, está secando. Seria por causa da irrigação das grandes propriedades, que produzem milho, soja e algodão?
Os especialistas que estudam o tema, conforme relata a Folha, estão divididos. Além da questão antrópica, pode existir também o curso das mudanças climáticas globais, o que pode afetar também o processo de recarga do aquífero. Ou seja, na contabilidade, está saindo muita água e entrando bem menos no aquífero, porque as chuvas também estão mais escassas.
Apesar de os estudos estarem a todo o vapor, os pesquisadores que conhecem a região admitem que seria importante controlar o volume de água que está sendo retirado do subsolo. Isso porque a ciência pode demorar alguns anos para ter as respostas precisas, e não há tempo a perder para que seja realizado, em um curto intervalo de tempo, o processo de recuperação dessa que é chamada de uma grande caixa d’água subterrânea do oeste da Bahia, responsável, inclusive, por ajudar a “alimentar” o rio São Francisco.
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