Números do desmatamento da Amazônia são os maiores dos últimos quinze anos

O governo divulgou ontem que a destruição na Amazônia legal chegou a 13.235 km2 entre agosto do ano passado e julho deste. É a pior perda desde 2006.

Desde que esse governo assumiu, o país perdeu quase 30.000 km2 de floresta Amazônica. O Amazonas, estado onde se desmatou relativamente menos, viu o maior salto desta vez. Lá, foram desmatados quase 2.350 km2, 52% a mais do que no período anterior e assumiu o 2º posto de pior perda.

O Pará manteve a dianteira com folga, basicamente repetindo a destruição de 5.200 km2 do ano passado.

A seguir a tendência, este governo poderá ficar marcado por ter apoiado a destruição de 1% do bioma em 4 anos.

Na Folha, Ana Carolina Amaral destacou que, nos anos anteriores, havia uma agenda para divulgação dos dados e houve época que vinha acompanhado de planos para o período seguinte. Desta vez, o anúncio veio seco.

João Paulo Capobianco, da Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, chamou a atenção para o duplo escândalo – os números em si e o fato do documento do INPE estar com a data de final de outubro. Ou seja, o governo foi a Glasgow sabendo do desastre e tratou de ocultá-lo enquanto pôde. A declaração saiu no G1.

Em tempo: De janeiro a outubro de 2021, como relata O Eco, a região perdeu 9.742 km2 de floresta, segundo dados medidos pelo Imazon.

Este acumulado é 33% maior do que o mesmo período de 2020, quando a taxa de árvores devastadas havia registrado o pior resultado desde 2012. Quando o recorte cai apenas sobre o mês de outubro, a situação continua igualmente dramática. Foram destruídos 803 km2, uma área que representa quatro vezes o tamanho do Recife.

Uma comparação entre 2021 e 2018, o último ano antes da posse do presidente Jair Bolsonaro, indica que a devastação do mês recém encerrado foi 300% maior. Em outubro de 2018 haviam sido derrubados 186 km2 da floresta amazônica.

O G1 também abordou os dados do Imazon. O texto destacou que as áreas que mais desmatam na Amazônia estão em propriedades privadas, enquanto nas terras indígenas os índices de devastação são baixos. Na primeira categoria, mostram os registros, ocorreu 56% da destruição e na segunda 5%.


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