Presidente da COP26 usa a expressão “profunda decepção” para definir os resultados acordados pelos países em Glasgow
A troca da expressão “eliminação” por “redução” do uso de carvão no documento final da COP26, conseguida por Índia e China nos instantes finais da COP26, é emblemática. Ela mostra porque o presidente da conferência, Alok Sharma, disse ao final: “Peço desculpas pela forma como esse processo se desdobrou. Também entendo a profunda decepção”.
Além de ambientalistas e cientistas, até mesmo políticos de alguns países expressaram suas preocupações com a falta de contundência do documento final. “Estou muito decepcionado que o texto tenha sido enfraquecido, para mim não há cenário em que a gente fique em 1,5OC se não eliminar o carvão”, disse à Folha o ministro de Clima e Energia da Dinamarca, Dan Jorgensen.
A questão da falta de uma definição sobre como será o financiamento, por parte das nações mais ricas, dos projetos de combate ao aquecimento global pelos mais pobres também chamou a atenção pelo lado negativo. “Estamos decepcionados com a promessa de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 545 milhões) pendente e apelo a todos os doadores para que tornem isso uma realidade no próximo ano”, afirmou ao fim da COP26 a secretária-executiva da Convenção do Clima da ONU, a mexicana Patricia Espinosa.
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