Entre prós e contras, saldo da COP é ligeiramente positivo, mas existe muito a ser feito a partir de agora

O que precisa ser feito para o planeta não aquecer mais do 1,5oC neste século é mais ou menos consenso entre cientistas, membros da sociedade civil e até líderes políticos sérios. O problema, muitas vezes, é concordar com a velocidade do processo. E decidir quem vai abrir mão de algumas coisas ao longo do caminho.

Neste contexto, na avaliação do O Globo, o saldo da COP26 em Glasgow, na Escócia, pode ser classificado como positivo.

Segundo, por exemplo, Natalie Unterstell, do Instituto Talanoa, o chamado Pacto de Glasgow é o produto da mudança real nas expectativas que vêm sendo gestadas desde o Acordo de Paris. O que não significa, segundo a especialista, que não tem muita coisa para ser feita pelos países até 2022. Por exemplo, a construção de contribuições nacionalmente determinadas (NDCs) mais robustas e a oficialização das promessas de corte de emissões de CO2.Stela Herschmann, analista de política climática da rede de ONGs Observatório do Clima, ressalta que a versão final do relatório ficou mais aguada do que os primeiros esboços. Apesar do termo “combustíveis fósseis” ter sido usado pela primeira vez em documentos sobre clima da ONU – o que em termos diplomáticos tem um peso importante -, a responsabilização destes como grandes vilões ambientais acabou ficando diluída. Segundo Stela, se o compromisso de segurar o aquecimento em 1,5oC for sério não se pode ter mais nenhum subsídio para combustíveis fósseis.


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