O fato de o Brasil não oficializar corte de 50% das emissões de gases-estufa até 2030 gera confusão

O fato é que o Brasil já submeteu uma carta-adendo para oficializar a meta de neutralidade climática até 2050 à Convenção Clima. O documento, entretanto, como revela a Folha, não faz menção ao corte de 50% das emissões de gases-estufa até 2030, anunciado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. O representante do governo Bolsonaro fez a promessa no início da COP, dia 1º.

Com a ausência da informação na carta submetida à ONU no dia 31 de outubro, um dia antes do anúncio de Leite, existem agora dúvidas se o objetivo será realmente incorporado de forma oficial à meta climática do país como estipula o Acordo de Paris.

Ao não formalizar, além de ter a imagem internacional arranhada, o país volta para a meta anterior que, na prática, permite ao país emitir 400 milhões de toneladas de carbono a mais do que constava na meta apresentada em Paris.

Segundo o Itamaraty, a NDC brasileira será atualizada oportunamente. E o texto será compatível com o plano de obter a neutralidade climática até 2050. O governo, entretanto, não fez nenhuma nova menção à promessa feita para 2030. O que alguns especialistas temem é que a meta tenha sido apenas um compromisso político assumido por Brasília. Algo referencial e não mandatório.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.