Presidente do Banco Central defende que o país avance nas negociações do Artigo 6

Avisando que iria se arriscar um pouco e sair de suas atribuições, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, afirmou que a COP26 é uma grande oportunidade para o Brasil ajudar a fechar o Artigo 6, informa a Folha. Este trecho específico do Acordo de Paris visa estabelecer regras para quem quer participar de mercados de carbono ao redor do mundo. Ele permite que países sem esses mercados acessem recursos daqueles que têm e, em troca, ajudam estes últimos a cumprir suas metas climáticas.

“É muito importante desenvolver a precificação do carbono”, afirmou o economista em palestra virtual exibida no estande brasileiro da COP26. Dentro das últimas reuniões climáticas, o Brasil ajudou a travar as negociações sobre o tema. Uma das principais pautas da atual COP é exatamente a definição de como países podem colaborar voluntariamente para o atingimento das metas através de mecanismos de mercado.

Na análise de Campos não existe mais como fugir. A exigência de produtos ESG por parte de investidores e fundos de investimento é um caminho sem volta. Por isso, possibilitar financiamentos sustentáveis é cada vez mais relevante para ele. “A preocupação ambiental chegou com força ao setor financeiro”, avalia.

Há muita gente, no entanto, que alerta contra a narrativa das petroleiras de comprar créditos de carbono para compensar as emissões de seus produtos. Na 4ª feira, Greta Thunberg postou em sua conta no Twitter que o setor de combustíveis fósseis e os bancos que o sustenta estão entre os maiores vilões climáticos e estão em Glasgow para alavancar os créditos de carbono e dar passe livre para quem quiser poluir.


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