Incêndios florestais, retirada ilegal de madeira e o empobrecimento das árvores na fronteira de áreas desmatadas também emitem muito carbono

Existem fontes de emissão de gases de efeito estufa importantes na floresta que não estão sendo levadas em consideração. E, se isso ocorrer, a participação de países como o Brasil no aquecimento do planeta deve ficar maior, conforme relata a Folha.

O alerta dado por um grupo de cientistas indica que outras fontes de carbono, além do corte raso das árvores, precisam passar a fazer parte das metodologias usadas pelos inventários nacionais. Processos como incêndios florestais, retirada ilegal de madeira e o chamado efeito de borda (empobrecimento das árvores que ficaram ao lado das regiões derrubadas) podem estar jogando na atmosfera a mesma quantidade de carbono emitida pelo desmatamento.

 “A Amazônia, ao contrário do Cerrado, não evoluiu com o fogo. A casca fina das árvores não é feita para queimar. E o fogo que ocorre no sub-bosque é lento, o contato com as árvores acaba sendo mortal. Elas podem não sofrer a combustão no primeiro momento, mas a emissão vai ocorrer anos depois”, afirma Ane Alencar, pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia). Ela é uma das 33 autoras de uma carta publicada em setembro na revista Nature Geoscience, alertando para o tema.


Este conteúdo pode ser republicado livremente em versão online ou impressa. Por favor, mencione a origem do material. Alertamos, no entanto, que muitas das matérias por nós comentadas têm republicação restrita.

Aqui você encontra notícias e informações sobre estudos e pesquisas relacionados à questão do desmatamento. O conteúdo é produzido pela equipe do Instituto ClimaInfo especialmente para o PlenaMata.

Se você gostou dessa nota, clique aqui e assine a Newsletter PlenaMata para receber o boletim completo diário em seu e-mail.